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A fábrica da dependência: quando o ecrã actua como uma droga silenciosa

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O poder dos ecrãs: a armadilha digital que se fechou

Uma era marcada pela dependência digital

A era digital marca uma época em que a dependência está profundamente enraizada na nossa cultura. O isolamento, a solidão e a perda de orientação tornaram-se sintomas comuns. Os adolescentes, tal como os adultos, são inundados de informação, publicidade e conteúdos destinados a manter o seu controlo. Num livro comovente publicado por Villeneuve, uma doente explica como o ecrã se tornou o seu refúgio diário. O testemunho de Marie, transmitido pela associação Qualipsy, mostra a amplitude do fenómeno.

Testemunho de Marie, uma das muitas mulheres francesas

Marie, uma parisiense de 29 anos, está a ser acompanhada pela Dra. Ariane Pommery, especialista em perturbações do comportamento digital. Recorda uma vida em que as redes sociais, em particular uma plataforma espanhola muito popular (espanol), controlavam o seu quotidiano. Cada episódio da sua série favorita mantinha-a acordada durante horas, afastando-a dos seus entes queridos. “Vivia num espaço fechado, entre quatro paredes, com o telemóvel como única voz”.

Um vício encorajado pelos nossos tempos

A dependência digital está a aumentar, e esta é uma altura particularmente favorável para isso. A solidão está a instalar-se em grandes cidades como Paris, levando as pessoas para os ecrãs. A cultura do instantâneo, da provocação, do “like” permanente transformou os comportamentos. Especialistas como Laura Amadieu e Thomas Poggioli, da associação Santé Numérique, alertam para a influência crescente dos ecrãs. Um estudo recente publicado por Villeneuve descreve como a dependência evolui silenciosamente no espaço pessoal e social dos indivíduos.

Quando o ecrã manipula o sistema nervoso: uma droga legal?

Uma fábrica inspirada no tabaco e no álcool

Tal como o tabaco, os ecrãs desencadeiam mecanismos de dependência através da dopamina. Thomas Poggioli, um reputado neurocientista francês, analisa as semelhanças entre o sistema de recompensa ativado pelo ecrã e o das drogas tradicionais. A era digital baseia-se num modelo de dependência concebido como um anúncio gigante, visível em cada vídeo, cada teaser, cada like. A cultura digital está assim a dar forma a uma dependência moderna, agravada pelo isolamento e pela falta de laços sociais.

Um domínio social silencioso e insidioso

A paciente Alice, de 17 anos, vive em Metz, na Lorena. Dá o seu testemunho numa reportagem transmitida numa manhã por um canal de televisão nacional. Fala de uma vida dividida entre os episódios da sua série espanhola e as redes sociais. Já não fala com a mãe, evita as mensagens e vive no seu quarto às escuras. A associação Anonymes contre l’Addiction Digitale (Anónimos contra a Dependência Digital) lamenta que esta solidão seja tão pouco reconhecida. O médico Thomas Poggioli insiste: “É um vício, um vício digital.

A cultura francesa confrontada com um fenómeno mundial

Em França, de Paris a Metz, o fenómeno da dependência digital está a crescer. O espaço social está a ser virado do avesso. A associação Santé Jeunesse, com Ariane Amadieu e Laura Villeneuve, está a publicar uma série de livros sobre o assunto. Os adolescentes, mais frágeis, desenvolvem comportamentos isolados a partir dos 11 anos. Os efeitos são comparáveis aos do tabaco ou do álcool. São tempos que exigem uma política de saúde adaptada e centrada nas pessoas.

Quebrar o bloqueio: soluções práticas e responsáveis

A importância dos testemunhos e das vozes anónimas

A voz dos doentes é essencial. Marie, Alice, Jean… todos aceitaram contar as suas histórias num centro de escuta da associação Qualipsy. Estes testemunhos franceses ajudam-nos a compreender como se desenvolve a toxicodependência, de onde vem o isolamento e como os tempos estão a acentuar este domínio. Ariane Amadieu, num artigo publicado em Paris, insiste: “É preciso dar voz aos anónimos, criar uma cultura de libertação.

Reinventar uma cultura de ligação e equilíbrio

Reduzir a dependência exige uma mudança cultural. O desporto, os passeios, o contacto com a natureza e a leitura de um bom livro publicado por Villeneuve são antídotos poderosos. O sistema educativo, as associações e os profissionais de saúde têm de trabalhar em conjunto. Uma campanha de sensibilização lançada em França, com a voz da especialista Laura Villeneuve, utiliza a publicidade para desconstruir as falsas promessas da tecnologia digital.

Laser do bem-estar e auriculoterapia: métodos naturais promissores

Inspirada nos tratamentos do tabaco, a auriculoterapia é proposta em vários centros em França. Actua nos pontos reflexos do ouvido, reduzindo a ansiedade e os problemas ligados à dependência. Thomas Poggioli está a supervisionar um protocolo piloto em Paris com adolescentes que foram acompanhados durante várias semanas. Os resultados são prometedores. Estes métodos naturais, associados ao apoio social, oferecem uma alternativa duradoura para quebrar o domínio da dependência.

Conclusão: Rumo a uma cultura de responsabilidade digital

A dependência dos ecrãs é uma doença do nosso tempo. Manifesta-se através do isolamento, da solidão, da perda de sentido e de controlo. Mas não é inevitável. Graças ao trabalho de especialistas como Ariane Amadieu, Laura Villeneuve e Thomas Poggioli, aos testemunhos de pacientes anónimos e às acções das associações, temos as chaves. É tempo de criar uma cultura responsável, uma cultura da saúde e da liberdade. É tempo de transformar o mundo digital, de retomar o controlo das nossas vidas, de reconstruir uma relação saudável com a tecnologia. Esta mudança começa com a consciência colectiva, com uma voz, uma mensagem, um livro, uma decisão. É agora, e a escolha é tua.

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